Archive for July 2012

Artbook - Red Eyes

Autor(a): CanasOminous
Finalizado: 29 de Maio, 2012
Técnica: Desenho e Photofiltre
Resolução: 1600x1050
Tamanho: 357 kb
Descrição: Equipe do Luke, quatro integrantes de sua Elite de Batalha / Mikau (Seadra), Titânia (Onix), Aerus (Gabite), Wiki (Porygon-Z)
Um dos desenhos preferidos do autor

Encerramento do Período de Inscrição (Concurso)


Leitores e leitoras, no dia 2 de Julho completamos um mês desde o lançamento do concurso para novos membros aqui na Aliança Aventuras, e agora, um mês mais tarde, estamos fechando as datas de inscrição. Tivemos um total de 15 Projetos de Fanfiction enviados, sendo que a predominância foi para a tão disputada Johto que certamente rendeu uma boa disparada no ânimo dos escritores quanto às regiões dispostas, porém, devemos admitir que apesar da quantidade de projetos que foram enviados para essa região apenas um irá passar.

A nota mínima para a aprovação em uma determinada região era 8 (oito), ou seja, juntando a nota dos cinco jurados o concorrente precisava dessa nota mínima, ou então, ser a nota mais alta dentre os candidatos. Caso contrário poderíamos terminar o concurso com determinada região vazia, e quem sabe disposta a ser aberta em um futuro distante. Felizmente recebemos muitos projetos para Johto, porém, essa busca frenética por apenas uma região resultou no esquecimento de todas as demais que certamente teriam uma concorrência menor.

Tivemos surpresas, passamos por alguns bocados difíceis tentando manter o controle de todos os e-mails que chegavam feito nuvens em um dia cinzento, resultando em pouco mais de 100 e-mails com projetos dos candidatos, análises, confirmações e notas dadas pela equipe. Tivemos até de criar um grupo no Facebook para manter as coisas em ordem. Mas agora, depois de toda tempestade vem a calmaria, e certamente seremos recompensados. Manterei em segredo os vencedores do Concurso até que possamos finalizar as análises, uma vez que recebemos uma quantidade imensa no último dia (e até mesmo nos últimos minutos, literalmente) do projeto. Assim que a equipe se estabilizar novamente montaremos o esquema do template para os novos membros e em breve faremos uma postagem para que os vencedores possam comemorar! Algumas vezes a equipe entrou em contradição, o que resultou em uma nota baixa por alguns e alta por outros, mas no fim das contas todos foram movidos pelos mesmos anseios e entravam em pleno acordo quanto ao recrutamento de alguém que desejavam para a equipe.

Àqueles que infelizmente não levaram a vitória, após o anunciamento dos vencedores estarei enviando uma mensagem de agradecimento, apontando uma análise em conjunto da equipe da Aliança Aventuras e parabenizando a sua participação, porque devo admitir, recebemos projetos grandiosos e dignos das notas mais altas nessa competição, porém, recebemos alguns que são dignos da nota máxima e mais um pouco. Agradeço a participação e colaboração de todos, tal como o auxílio de cada leitor e visitante que deu seu apoio seja por comentário, Xat, ou apenas desejando toda essa força à quem participava, porque certamente, nessas férias o nome Aliança Aventuras estava presente em todos os lugares.

Aguardem, em breve os resultados.

Notas do Autor (Capítulo 45)

Senhores, finalmente terminamos essa série de capítulos exaustivos de chegada até a cidade de Canalave. Eu não diria fillers, pois em todos tivemos alguns momentos bem importantes, e em cada um a presença da evolução de um Pokémon que já estava bem atrasado, mas agora já me acertei com todos que eu estava meio perdido e podemos voltar para a rotina e aguardar a evolução dos mais "respeitados". Não será no próximo episódio que chegaremos à Canalave, porém, será como uma espécie de abertura para o Arco que está por vir, e quando Canalave chegar estaremos entrando nos melhores episódios de toda a saga. (Eu digo isso em toda Nota, mas vale a pena reforçar.) Eu queria ter terminado as férias com algo melhor, mas ainda assim este foi um capítulo com uma leitura bem agradável e que proporcionará um bom entretenimento para esse finzinho de férias, sem algo muito longo e nem cansativo. Aproveitem!

Titânia e Dawn
Há alguns fatos que podem passar despercebidos, mas eu quero mencionar esse aqui para que vocês percebam. Essa foi a primeira vez que a Titânia caiu em mãos de outra pessoa que não fosse o Luke, e por isso ela não foi capaz de conversar com a Dawn. Cheguei até a errar isso quando fiz a base do capítulo na primeira vez, eu mostrei a Titânia trocando a maior ideia com a menina, e só então me toquei que ela não é um Pokémon que fala. Só para reforçar, a Titânia não age como o Meowth e sai falando com as pessoas, ela conversa único e exclusivamente com quem sente afinidade, isso será importante ser lembrado. Guardem essa palavra.

Após a derrota do Campeão
E por último, apenas uma experiência de vida. Imagine como seria se você fosse filho do campeão, e do dia para noite seu pai deixasse esse cargo? Eu quis mostrar como os Irmãos Wallers não ficaram tristes por isso, eles são pessoas que aproveitaram muito o tempo em que o seu pai era campeão e a pessoa mais influente da região, mas agora que eles já não têm as mesmas condições de antes os dois ainda são capazes de viver felizes. Quero que levem isto como uma mensagem, sabe? Você tem de ser feliz com o que tem, dar o melhor de si, agradecer, e viver intensamente. (Bem naquele estilinho de músicas infantis, mas é a como realmente devemos ser kk) E por sinal, já estou preparando o especial da Infância do Walter, mas estou com dificuldade em algumas partes. Espero disponibilizá-lo em Agosto para vocês conferirem um pouco mais das aventuras do Waltão, do Glenn, do Marshall e da Melyssa quando eles eram apenas crianças. Ciao!

Capítulo 45

Naquela manhã o propósito dos jovens era seguir o mais depressa possível até que alcançassem Canalave. A cidade portuária marcaria uma sexta batalha de ginásio para Luke que no momento não parecia muito disposto a enfrentá-la, ele ainda temia uma perda de controle, mas sempre que uma sensação ruim cobria o garoto seu irmão o incentivava a continuar seguindo, pois ele e Dawn sempre estariam ao lado de Luke para enfrentar todos os perigos.
— Todos mesmo? Então será que vocês não conseguem encontrar outra rota que não passe por Hearthome? Sabe, tenho alguns pressentimentos ruins sobre essa cidade... Vai que eu acabo sendo assediado por... ela... de novo... — dizia Luke um pouco trêmulo.
Lukas segurava um mapa de Sinnoh em suas mãos e tentava montar uma rota que fizesse caminho até Canalave mais depressa.
— Bom, se você não quisesse passar por Hearthome então nós deveríamos ter ido para Veilstone novamente. Então passaríamos por Celestic Town, pegaríamos o caminho de Eterna, chegaríamos até Jubilife e então pegaríamos um barco para Canalave. — disse o jovem.
— Mas se seguirmos por aqui passaremos apenas por Oreburgh, e depois é só seguir em linha reta até Canalave. Será bem melhor, e mais rápido também. — continuou Dawn — Mas de quem exatamente você estava falando quando preferiu evitar Hearthome?
— Você não se lembra... dela? A líder de ginásio fantasma... A mulher de cinquenta mil anos... — sussurrou Luke, vendo Dawn fazer uma feição de quem tinha captado a mensagem.
— Não diga o nome dela. Ela vai sentir sua presença e fará questão de dar uma festa para recebê-lo. Esperamos que nossa presença na cidade passe despercebida...
O grupo seguiu sutilmente pela Rota 212, finalmente colocando um fim àquele gigantesco caminho repleto de perigos e imprevistos. A famosa mansão de um senhor erguia-se majestosamente ao norte do caminho, enquanto os jovens faziam sua travessia Luke apontou para as muralhas que a cercavam e comentou ao lado de Dawn com um sorriso:
— A gente ia morar aqui por um tempo.
— Tá brincando?
— Quando o pai ainda era o campeão eles ainda estavam montando a mansão a pedido dele. Aqui seria uma casa de campo para que a gente se divertisse nas férias, mas depois que ele foi derrotado acabou tendo que vender logo que terminou de ser construída. — explicou Luke.
— É uma pena, poderia ter sido muito bom morar num local assim. Ter uma vida digna de reis, não? — disse a menina.
— Deveria sim, mas não fico triste. Acho que eu não conseguiria viver cercado por uma fortaleza, preciso da agitação da cidade. — disse Luke.
— Você não... Sente falta? Digo, de ser filho do campeão, de ser rico, de poder ter tudo que você sempre quis.
Luke parou, e voltou-se para Dawn de forma pensativa. O garoto não estava incomodado com a pergunta, mas não era a primeira vez que lhe perguntavam isso. As pessoas achavam que por ser filho do homem mais poderoso da região significava que seus filhos eram mimados e ambiciosos, sendo que aquilo não era verdade. Melyssa os educara perfeitamente, e mesmo depois de perder tudo, os irmãos Wallers ainda conseguiam viver tão bem quanto antes.
— Eu ainda sou filho de um campeão, Dawn. O fato do meu pai ter perdido não quer dizer que ele não seja mais O Melhor. — respondeu Luke com um sorriso, resposta aquela que até mesmo impressionara sua amiga.

Logo, a cidade de Hearthome se aproximava. Os jovens saíram pelo portão mais afastado do local para evitar que qualquer presença indesejável os farejassem de longe. (Fantina, cof, cof.) Por mais que a estadia em Hearthome tivesse sido extremamente agradável aquele não era o momento de divertir-se e aproveitar, por mais que a Liga Pokémon no fim do ano ainda estivesse muito longe os jovens pretendiam seguir viagem e treinar sempre que possível. Tudo que eles tinham de aproveitar já havia passado, agora começariam a preparar-se para os desafios que começariam a se evidenciar.
Fazer todo o caminho de retorno era uma tarefa não muito agradável e muitas vezes cansativa. Enquanto muitos amadores passavam pelas rotas movimentas Luke sentia-se como um verdadeiro veterano que até mesmo parava para exibir seus Pokémons aos novatos que iniciavam uma aventura.
— Woah, Luke Wallers, o treinador daquele Duskull que vimos na televisão! — disse um garoto — Ele também tem aquele Seadra maluco, e a serpente gigante, e aquele Porygon-Z muito louco!
— E aquela Milotic do irmão dele? Eu também acho o seu Murkrow lindo, você deveria fazer mais apresentações, mas só para diversão. — disse uma menina que agora falava com Lukas.
Os irmãos ficavam cheios de si com todos os elogios, e por algum motivo até mesmo o par de Eevees e o Lairon de Dawn ganhavam repercussão. Aparentemente, o conhecimento que Riley dera para a mídia andava mais rápido do que imaginavam.
A Rota 208 traria boas lembranças da viagem, enquanto os garotos cruzavam uma das várias pontes que passavam por cima de um riacho era possível ver as belas cachoeiras e algumas pessoas se banhando.
— Lembrou de alguma coisa? — perguntou Dawn, arrumando o cabelo atrás da orelha enquanto observava Luke.
— Hm... Lembrar o quê? — perguntou ele.
— Deixa para lá, não era nada importante mesmo.
Nesse momento, o garoto envolveu Dawn em seus braços aproximando-a de seu rosto. Luke fitou-a por longos segundos para depois dizer:
— Você acha mesmo que eu iria esquecer o lugar onde nos beijamos pela primeira vez?
— V-Você se lembra! — gaguejou Dawn.
— Como eu poderia esquecer?
— Na moral, deixem isso pra depois. — brincou Lukas, apressando o irmão e sua garota. Luke riu e ajeitou a boina tentando acompanhar o passo do jovem.
— Antigamente você não se importava! — disse Luke com uma risada.
— E ainda não me importo, mas estamos com pressa. Se depender de vocês dois iríamos passar o dia inteiro nadando nesse riacho de novo. E se déssemos ainda mais sorte poderia acontecer da Vivian e do Stan chegarem aqui junto conosco de novo. — brincou Lukas.
Agora, o Mt. Coronet. Faltava uma curta passagem até que os jovens fizessem seu caminho até a cidade de Oreburgh, porém, quem imaginaria que dessa vez a montanha central traria algumas surpresas indesejáveis para os viajantes. 

• • •

A tarde caía, e aos poucos o céu começava a escurecer. Os jovens optaram por acampar dentro da montanha, teriam proteção de predadores e do sereno da manhã, bastasse que algum Pokémon mantivesse a vigia, mas para isso figuras como Lairon já estavam muito bem acostumadas.
Lukas armou um saco de dormir e pegou uma lanterna, caminhando de olhos atentos à uma das paredes do Monte Coronet. O jovem retirou seu Togepi que deu um salto de seu colo por não querer ficar acomodado junto de seu mestre. Lukas apontou para a saída do lado oeste da caverna e disse para o Pokémon:
— Lembra-se daqui? Foi onde eu recebi você num ovo de uma mulher muito bonita. Ela era pesquisadora. — disse Lukas.
O Togepi olhou para fora, mas não deu muita bola. Preferia investigar o local e conhecer mais os perigos iminentes da caverna. Dawn estava deitada em seu saco de dormir, atraída pela conversa ela virou-se um pouco e perguntou para Lukas:
— Como exatamente era essa mulher de que você tanto fala?
— Bom, ela era loira... Tinha cabelos longos que mais parecia ouro, e estava toda vestida de preto. Eu estava um pouco sonolento, mas, lembro-me que era extremamente bela, de uma beleza que mesmo com poucos versos fazem frente aos sonetos antigos.
— Minha mãe tinha cabelos longos... Diziam que os meus lembravam muito os dela.
— Sinto como se essa moça tivesse uma importância em nossa jornada, consegue entender? Como se ela estivesse predestinada a aparecer novamente, mas dessa vez não para presentear-me com um ovo, e sim, para fazer algo importante em nossas vidas.
— Hm... Já pensou tratar-se de um anjo? Você acredita na possibilidade de ser algo assim? Não é todo dia que encontramos pessoas bondosas em nosso caminho, eu costumava acreditar em entidades divinas quando era mais nova. — disse Dawn.
— E por que deixou de acreditar? — perguntou Lukas.
— Talvez a vida tenha feita isso. — comentou Dawn pensativa — Só não tenho uma explicação certa para ela ter dado um Ovo Pokémon para você.
— Talvez... Eu não sei, não sei dizer mesmo.
— Às vezes é porque essa moça o achou bonitinho. — riu ela, dando um empurrão em Lukas que retribuiu com um sorriso.
— Eu queria conhecê-la melhor, ou até descobrir quem era, mas sei que ainda a encontrarei. E você também, ela se parecia tanto com você, só que mais velha.
— Espero ficar tão linda quanto essa moça no futuro.
— E certamente será.
— Vou pintar meu cabelo de loiro para chamar mais a atenção do Luke, o que acha?
— Tá brincando? — riu Lukas — Vou te dizer, acho que ele prefere morenas.
— Okay, vou me contentar com mechas louras. Quem sabe eu fico mais parecida com essa moça de que você tanto fala.  — respondeu a menina com outra risada — E se ela fosse como uma reencarnação de alguém especial? Você tem alguém importante em sua vida que faleceu?
Lukas ficou pensativo por um tempo, e então se lembrou de Selena, uma de suas tias que costumavam frequentar a Elite quando eles eram mais jovens. Lukas virou-se e olhou para Dawn que o encarava ainda deitada, acenando positivamente. Dawn expressou uma feição de compreensão, comentando da mesma forma:
— Eu também tenho alguém que perdi... Imagina se ela fosse minha mãe? Talvez, uma mulher que veio para esse mundo com o intuito de ser tão boa quanto ela era. Vai saber, né.
Lukas deu um sorriso, mas não respondeu, de modo que Dawn logo se acomodasse em sua cama e encerrasse a conversa. Ele lembrava-se de todos os acontecimentos do falecimento dos pais da menina, e por isso, preferiu deixar o assunto passar. Logo a figura misteriosa de cabelos loiros desapareceu de sua mente por longas horas.
O tempo foi passando, mas pouco depois Luke também preparava sua cama para ir dormir. O jovem espreguiçou-se ao preparar um cobertor quentinho naquele frio rigoroso e úmido da caverna.
— Que sono, velho. Procurar fósseis é complicado, eu curto, mas deixo esse tipo de tarefa para o Roark. — disse Luke enquanto se deitava — Vão dormir, já?
— Pra falar a verdade estou meio sem sono. — disse Lukas pensativo — Sei lá por que, vamos conversar?
Luke sentou-se na cama e ficou apontando com a lanterna para a parede fazendo sombras de alguns Pokémons. Lairon mantinha a vigia, às vezes atentava-se às sombras feitas na parede por seus treinadores pensando tratar-se de alguma ameaça, fazendo com que os jovens rissem à toa. Dawn também não havia adormecido, ela virou-se em sua cama e viu os irmãos fazendo a brincadeira das sombras, não escondendo certa curiosidade.
— Por quê estão rindo tanto? — indagou ela.
— Olhe, olhe só. Um Buneary. — disse Lukas, fazendo a sombra de um coelho na parede até seu irmão aparecer ao lado.
— Daí aparece um Krookodile matador, e nhac. Come ele. Hah, hah, hah...
— Que história trágica, você matou meu Buneary!
— Fica aí bobeando, é a terceira vez que algum Pokémon seu morre. Preciso pensar em mais sombras para continuar a aventura...
Todos os seus Pokémons estavam adormecidos em suas devidas pokébolas, e aos poucos o sono também atraía os jovens, porém, sua atenção fora despertada no momento em que um forte tremor abalou o chão da caverna.
— O que está acontecendo?! — perguntou Lukas.
— Terremoto? De novo? Esse tipo de coisa só acontece com a gente!! — reclamou Luke.
Dessa vez parecia que o tremor realmente era natural, e não nada causado por Pokémons ou por ação de criminosos. Luke ergueu-se num pulo quando sentiu alguns pedregulhos caindo do alto. Por ser um exímio conhecedor do solo seus amigos esperavam que ele tivesse uma saída.
— Não posso afirmar o que está causando isso, mas posso afirmar o que vai acontecer se ficarmos aqui! — gritou Luke.
Todos correram para arrumar suas mochilas e suas coisas até o momento em que as pedrinhas caíam com mais frequência. Quatro pedras enormes se soltaram das paredes rolando até onde a equipe se situava. Lairon destruiu as menores, mas eram tantas que com sua velocidade ele não seria capaz de fazer muito. Dawn virou-se bruscamente quando viu todas as pokébolas depositadas exatamente para onde as pedras iam cair.
A garota retirou o gorro, recolheu todas as pokébolas e saiu de de lá correndo, mas quando se deu conta outras pedras caíram em sua frente obrigando a garota a fazer um caminho diferente. Ela não sabia o que acontecia do outro lado, Luke e Lukas também deviam ter pego algumas pokébolas no momento de euforia, mas pelo menos no fim das contas todos os Pokémons estavam a salvos. Porém, seus treinadores separados.

• • •

— Ah, que zica... Essas paradas estranhas estão nos perseguindo. — disse Luke pensativo, olhando as diversas pedras que agora o separava de seu irmão e de Dawn.
O garoto gritou, mas não houve resposta. Numa situação como aquela bastasse que ele retirasse todas as pedras do caminho, o que não seria uma tarefa difícil.
— Titânia, eu sei que está tarde, e você fica doida quando eu te acordo à esse horário, mas quebra um galho aí tirando essas pedras... — disse Luke jogando a pokébola de sua serpente.
Quando a cápsula abriu não havia o formato de uma serpente de rocha, e sim, de um pinguinzinho azul de feição assustada. Agora sim Luke estava desesperado.
— O quê?? Piplup? Que tu tá fazendo aqui, meu filho?? Cadê a Titânia?!
Luke checou suas pokébolas, e notou que estava somente com cinco delas. Nenhuma era uma Dusk Ball, e duas delas tinham uma coloração diferente, era uma Nest Ball e uma Heal Ball.
— Não brinca, só falta esses aqui serem os Pokémons do Lukas e da Dawn.
Ao lançá-las qual seria sua surpresa? Um Pachirisu sonolento parecia ter sido despertado, e uma bela Roserade estava ao seu lado. A outra tratava-se de Glaceon, a bela felina de Dawn, enquanto o último era o único rosto conhecido, tratando-se de Froslass.
— O que é isso, reunião das fêmeas? Ah, esqueci que o Pachirisu tá junto. Vish, e tem o Piplup também. — os dois Pokémons pareciam não ter gostado nem um pouco do comentário do treinador — Ah, pessoal, vamos lá, tem só uma barreira de pedras separando a gente de nossos amigos, vamos colaborar.
Froslass era delicada demais para fazer qualquer coisa contra uma parede de rochas, o mesmo acontecia com Roserade. Glaceon recusava-se a tentar, e Piplup estava mais desesperado que o rapaz. Luke agachou na frente de Pachirisu, pois era o único Pokémon de que tinha conhecimento. Ainda que muito limitado, muito limitado mesmo.
— Bom, o que você faz mesmo? — perguntou Luke — Consegue erguer essas pedras e jogá-las para longe?
Pachirisu inclinou levemente sua cabeça para o lado.
— Qual é, que poder você tem? Explosão de fofura?
Os olhinhos do esquilo brilharam.
— Okay, explosão de fofura é bonitinho, mas isso não vai nos ajudar em nada agora. E essa Glaceon? Ela consegue congelar essas pedras para que elas sejam destruídas?
Nem um dos Pokémons ali presentes pareciam muito determinados a ajudar. Glaceon não sujaria suas patas com um trabalho como aquele, Froslass e Roserade não teriam essa força, e Piplup era um zero a esquerda. Luke deu de ombros, e começou a caminhar ao lado dos Pokémons remanescentes com as mãos no bolso.
— Que zica. Tudo bem, então... Vamos procurar outra saída.

• • •

— T-T-T-Titânia?!
A serpente de pedra encarava Dawn que segurava dez pokébolas em seu gorro. A garota fez a contagem sigilosamente torcendo para que seus amigos tivessem ficado com pelo menos um Pokémon disponível. Lançou algumas, e também notou a falta de seus próprios Pokémons.
— O Piplup e a Glaceon não estão comigo! — disse Dawn.
Todas as pokébolas estavam nas mãos de dela, mas Dawn torcia para que não tivesse ficado com as criaturas mais fortes. A serpente de pedra parecia examinar a parede de rochas formada entre a caverna, estranhando aqueles terremotos em uma região como aquela. Suspeitava tratar-se de uma ação inimiga, então, virou-se para Dawn e falou.
 Wrooooooor...
Dawn fez uma expressão de completo desentendimento, e só então a serpente deu-se conta de que não podia comunicar-se diretamente com alguém que não tivesse tanta intimidade. Titânia costumava comunicar-se somente com Luke, logo, a garota não podia entendê-la, mas era claro que os sinais dados pela serpente era para que ela não se preocupasse e tentasse manter a calma.
— Não é possível, quais outros Pokémons estão comigo?
Dawn lançou um por um notando quem eram os sorteados salvos por ela. Gabite estava ali presente, rindo da forma como seu treinador havia se perdido sem sua ajuda. Ali constava também o General Duskull e Mikau, provavelmente as figuras mais fortes da equipe do rapaz. Da equipe de Lukas estava Mothim, a serpente Milotic e Monferno. O grandioso Lairon, Machoke e seu Leafeon também estavam presentes. Eram, simplesmente, os Pokémons mais fortes dos três aventureiros que estavam sob sua posse.
— Por Arceus, espero que esses dois consigam se virar e fazer um caminho à salvos.
Dawn não precisou nem ordenar que Titânia destruísse aquelas pedras como um sopro. Porém, ao serem destruídas não havia sinal de Luke ou Lukas, e nem vestígios. Por sorte eles não haviam sido soterrados, e provavelmente já procuravam outro caminho para se reencontrarem.
— Vamos lá, Titânia, sei que não posso ordená-la a fazer qualquer coisa, mas presumo que você saiba como se virar. Vamos atrás do Luke e do Lukas!

• • •

Lukas havia acabado de despertar de um transe. Levou sua mão até a cabeça acariciando uma região que lhe doía. Havia um pouco de sangue, o que o fazia pensar que ele provavelmente havia sido atingido por algumas pedras e desmaiado. Alguns curativos já haviam sido feitos com enorme cuidado e carinho, e ao seu lado ele podia ver Gardevoir e Togepi aguardando a recuperação do irmão de seu dono.
— Obrigado, Gardevoir. Agora entendo porque o Luke a utilize somente para cura e suporte. Essas realmente são as suas habilidades. — disse Lukas.
O garoto sentou-se, recebendo sua boina das mãos de Togepi. Gardevoir parecia completamente perdida naquela ocasião, enquanto o bichinho emburrado apenas bufava de impaciência. Lukas lançou um olhar ao seu redor, mas não encontrava saída e nem sinal de seus amigos.
— Minha cabeça ainda dói um pouco... Lembro que aconteceu alguma coisa que as pedras começaram a cair sobre nós, e então eu apaguei... Obrigado por me salvarem.
Luka soltou um suspiro, sentando-se em cima de uma pedra arrendada que começou a se mover. O garoto levantou-se num salto, notando então a presença de um Graveler furioso que não parecia nem um pouco satisfeito em ser confundido com uma pedra. Lukas hesitou, recuando aos poucos ao lado de seus Pokémons, uma vez que nenhum dos dois eram voltados para batalhas. Togepi era um filhote, e Gardevoir não treinava para causar danos diretos.
— V-Vamos com calma, companheiro... Foi um acidente. — dizia Lukas.


Gravelers selvagem eram comuns naquela região, mas não tão perto do primeiro andar. Se ele estava ali provavelmente havia caído de outros andares quando aconteceu o tremor, e por isso, seu nível era muito mais elevado que o normal.
O Pokémon avançou, e Lukas precisou esquivar-se para não ser acertado. A criatura selvagem virou-se e notou o Togepi assustado, e por isso preferiu atingi-lo por tratar-se de uma presa mais fácil. Lukas correu e o salvou a ponto de quase receber uma investida direta daquela criatura. Gardevoir correu para auxiliá-lo de modo que os dois voltassem a correr.
— Tome cuidado, parceiro. Aquilo teria machucado. — disse Lukas para seu Togepi.
O Graveler ainda estava correndo atrás do garoto, e com seu rolo compressor ele ganhava velocidade e chegava cada vez mais perto, se aquele ritmo continuasse Lukas seria logo alcançado. Togepi deu um salto do colo de seu treinador caindo de frente ao oponente.
— O que você está fazendo?!
Gardevoir ficou espantada ao ver sua adorada criança encarar o adversário, o Pokémon fez um rápido sinal com suas mãozinhas pedindo para que o Graveler o seguisse. Era um golpe conhecido como Follow Me. Lukas chamou várias vezes por seu filhote.
— O que está fazendo? Você está em apuros!
O garoto virou-se para Gardevoir que também tinha um apreço especial pelo pequeno. Apenas pelo olhar Lukas compreendia o que ela tentava dizer: Ele faz isso para ajudar as pessoas que ama.
Togepis eram criaturas lentas, e por isso ele em breve seria alcançado. Lukas foi despertado do susto no momento em que o Graveler acertou-o com tanta força que o mesmo fora atirado para longe, mas o pequeno guardava artimanhas e certamente teria uma ideia em mente.
Togepi preparou-se de forma que seus olhos brilhassem, utilizando um golpe marca da raça, o Metronome. Uma pedrinha levitou e avançou contra o Graveler que ficou olhando aquele golpe insignificante com uma feição curiosa. Pelo menos ele havia parado.
 — Rock Throw? Que azar! — reclamou Lukas.
O Graveler selvagem utilizou novamente de um Rollout que cada vez ganhava mais força e continuidade. Togepi não conseguia esquivar-se, e todos os seus ataques normais não lhe causavam dano algum. Quando ele errava seguia com um Rock Blast que causava sérios danos no oponente. O Encore penas faria a sucessão de movimentos continuar, e utilizar-se do Metronome de nada adiantaria. Em um súbito instante o Pokémon de pedra acertou o pequeno com imensa força de forma que ele fosse atirado para longe.
Gardevoir liberou um grito de preocupação, numa situação como aquela Lukas não tinha o que fazer, pois estava sem nenhum Pokémon. O garoto recolheu pedras do chão e atirou-as em direção da criatura de rocha.
— Deixe-o em paz!
Atirar pedras contra o corpo maciço do Graveler era inútil, mas Lukas não desistiria, era capaz de qualquer coisa para que Togepi não fosse ferido, e o filhote apenas assistia tudo. Em toda sua viagem ainda não confiava no treinador, o respeitava, mas ainda não amava completamente. Ele não acreditava que Lukas fosse capaz de amar uma criatura tão fraca e inútil, mas ver seu treinador protegê-lo foi um incentivo a mais.
Graveler desviou seu olhar por um milésimo de segundos, mas pretendia acabar com aquele Togepi antes de enfrentar o garoto. Quando voltou seu olhar para o Pokémon indefeso notou a figura de uma moça deitada sobre o pequeno filhote com a mão esticada para frente.
Psychic. Com um impacto invisível o Graveler fora arremessado para tão longe que até mesmo seu corpo de pedra teria sido danificado. As paredes explodiram com o impacto que fez com que o adversário desaparecesse de vista. Gardevoir havia protegido o Togepi, Lukas correu para abraçá-lo sentindo um enorme alívio e agradecendo a fada esverdeada por ter salvado o filhote.
— Você me salvou, pequeno... Fiquei com medo de te perder... Não repita isso, você não tem noção de como é importante para mim?
Togepi estava com sua feição irritada, virou a cara como se não acreditasse no que o treinador dizia. Lukas sorriu, e compreendeu a raiva de seu Pokémon, mas ele sabia o que dizer naquele momento.
— Está irritado por não ter conseguido derrotar aquele Graveler?
O Togepi recusou admitir, mas Gardevoir acenou que era exatamente aquilo.
— Você sempre evitou batalhas, quando eu tentava treiná-lo você preferia apenas assistir, mas quer saber de uma coisa? Você é muito poderoso. Eu nunca duvidei de nenhum de meus Pokémons, e eu acredito que você seja capaz de derrotar qualquer um caso se esforce.
Togepi ainda desviava o seu olhar, mas em seu coraçãozinho ele sentia que seu mestre realmente se importava com ele. Desde o começo ele não havia sido capaz de notar, e então Lukas disse com um sorriso aconchegante:
— Eu nunca duvidei de você.
Um forte brilho rodou o corpo do pequeno Togepi com aquela última frase. O Pokémon se elevou até que flutuasse no ar iluminando toda a área da caverna como um brilho luminescente. O corpo do pequeno aumentou de tamanho, um par de asinhas cresceram em suas costas, e assim ele havia acabado de conquistar sua evolução em um Togetic. Ainda que sua expressão de irritado não tivesse desaparecido.
— Você evoluiu! — disse Lukas animado.
Gardevoir havia sido a primeira a abraçar o novo protegido. Ele havia ficado lindo para ela, ainda mais do que antes, embora o já adolescente Pokémon ainda tentasse afastá-la de perto e alegar que ela fosse prestativa demais.
Quando Lukas votlou sua atenção para trás notou o barulho de algo que se assemelhava à uma furadeira. Debaixo de uma parede de pedras estava uma gigantesca serpente, e em cima dela, um garoto apoiava-se sobre sua cabeça. Ao seu lado também estava Dawn na companhia de Lairon. Aparentemente os dois já haviam se encontrado e agora apenas buscavam por Lukas.
— Se perdendo como sempre, não é, irmãozinho? — sorriu Luke.
— Sorte que vocês sempre aparecem para me ajudar. — continuou Lukas.
— Não que você precise, mas sabe como são irmãos mais velhos. Cresce aquela responsabilidade de cuidar do mais novo, mesmo que seja por três minutos.
Lukas explicou para seus companheiros a bravura de Togetic em enfrentar o Graveler e de como Gardevoir havia sido corajosa em ajudar a todos no momento em que mais precisaram.
A reunião dos próprios Pokémons havia sido satisfatória, eles não estavam acostumados a estarem sob posse de outra pessoa que não fosse seu Mestre original. Gabite deu um leve tapa nas costas de Togetic que bufou de raiva, enquanto o parabenizava por finalmente ter alcançado a evolução. Todos os Pokémons estavam de certa forma felizes pela evolução do amigo, ainda que Gardevoir fosse quem estivesse mais feliz, uma vez que o seu pequeno Togepi estava crescendo sob sua proteção.
Por fim, ao se unirem a primeira tarefa dos jovens era sair logo do Mt. Coronet para evitar qualquer desastre semelhante, e quem sabe dormir no sereno, parecia mais seguro. Orerburgh se aproximava, e agora apenas um caminho reto separava os jovens da cidade portuária de Canalave.
Porém, uma pergunta ainda parava na mente dos jovens. O que havia causado aquele pequeno tremor? Não havia indícios de que fora causado por algo, ou por alguém, mas chegava um momento em que os tempos começavam a soprar na direção oposta em Sinnoh. Humanos e Pokémons apenas continuavam a seguir suas vidas normalmente, mas o mundo começava a entrar em sua desordem.

      

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