Archive for February 2014

Tirinha #15 - Genderbend com Isaac e Milady

"Milord, você está um encanto!"

Desenho feito por nossa companheira: Nyx
Tags randômicas: milady seduzindo, isaac esposa perfeita, problemas amorosos de família, critical hit, problemas com altura, mais alguém curte mulheres mais altas?

Tirinha #14 - Genderbend com Milena e Lyndis


Homens. Tsc, tsc... Não podem ver um par de peitos que já perdem a cabeça.
[Oh, minha nossa senhora, mas são tão redondos e perfeitos!]

Tirinha e Desenho feito por nossa companheira: Nyx
Tags randômicas: milena sedutor, lyndis pegador, mikau como sempre, karl e seu fascínio por peitos, mulheres são estranhas, até parece que nunca viram um, enfim, arceus devia estar inspirado quando criou os peitos, eles mereciam ganhar um prêmio.

Qual seria o nome da galera com gêneros opostos? Michael, Karla, Lindo e Mikaela? Bizarro...

Tirinha #13 - Genderbend com Wiki, Mozilla e Vista

Não brinque com esse tipo de coisa... Depois que acontece, você vai desejar que seus olhos derretam. AUGH!!

Tirinha e Desenhos feitos por nossa companheira: Nyx!
Tags randômicas: wiki e mozilla chibi, vista com peitchinhus, cruz credo, ave maria, cheia de graça, putz grilla, minha nossa sinhora, por arceus, visão do inferno, já chega, pokémon, gijinka, tirinha marota, genderbend.

FanArt - Vanessa [Star-chan] #9


Milady, the Queen of Ice

Nome: Vanessa
Idade: 16 anos 
Estado: São Paulo
Técnica: Lápis, nanquim e lápis de cor

Hey, já ouviu falar do filme Frozen? Tem uma personagem que se chama Elsa, ela controla o gelo. Daí eu pensei : Elsa é uma rainha e controla gelo, Milady também, então, porque não fundir as duas? E tá aí, Milady fazendo cosplay da Elsa. 
Eu ia escolher a Glaciallis, mas, só acho que ela e a Elsa não iam combinar porque, sei lá, ela é muito tímida para uma rainha do gelo, sem ofensas, eu amo a Glaciallis :)

• • •

Poxa, e tem alguém que ainda não assistiu Frozen? A bilheteria está quase alcançando a casa de 1 bilhão, é uma das animações mais bem sucedidas da história! Ficam só elogios, a canção, os personagens que cativaram o público... Eu achei incrível a maneira como os fãs se comportaram diante da própria Elsa, ela se tornou um ícone para a garotada. Os rapazes acham ela linda, enquanto as garotas esperam ser como ela. O nível de influência de Frozen foi inacreditável!

Olha só, até tivemos um pouco desse universo influenciando aqui em Sinnoh, rs. Acho a Milady uma escolha perfeita para representar essa Rainha de Gelo. A Glaciallis realmente é bem tímida, mas analisando por uma outra perspectiva ela também se encadaria a este perfeito. Ela é a garota que está sempre se mantendo comportado, escondendo algo dentro de suas atitudes... Quem sabe por baixo daquela timidez não exista uma mullher pronta para se revelar e provar tudo que é capaz? Adorei a interligação, Vanessa. Será que o General ou o Isaac ficariam legais como o príncipe Hans e o Kristoff? Não, espera... Ninguém consegue ser mais desgraçado do que aquele príncipe! kkkkk Beijos.

Artbook - Hold Still, Marco!


Autor(a): Canas Ominous
Finalizado: 24 de Fevereiro, 2014
Técnica: Pintura Digital
Resolução: 1298 x 1600
Tamanho: 2,69 mb
Descrição: Pokémon Gijinka.
Marco & Wiki Shipping. Mothim & Porygon-Z.

Genderbend Gallery

Baseado no enredo do episódio FT 38, nossos personagens tiveram seus gêneros invertidos após uma falha em mais um dos afamados projetos de Vista. De acordo com os resultados de uma postagem datada de Outubro de 2013, Aerus, Mikau e General foram os personagens escolhidos pare receberem ilustrações, mas a Nyx decidiu trazer alguns desenhos extras de Al Capone, Karl, Tom Sawyer e Yoshiki!
Divirtam-se com nossa galeria!









Fire Tales 38

THE GENDERBEND

Eleito pelos leitores o melhor Fire Tales
no The Omascar da Saga Platina!

— Vista, você viu a Wiki?
— Hello, kid. É de você mesmo que eu precisava.
Marco surpreendeu-se quando Vista segurou-lhe pela gola da blusa, colocando-o sentado em cima de uma mesa de escritório enquanto teclava e ativava dados no computador imenso de seu laboratório. O jovem Mothim já não gostava muito de frequentar aquele lugar porque nunca sabia o que seu mentor estaria preparando; eram canhões, bombas, máquinas do tempo, e geralmente o pobre Marco era quem acaba sendo o cobaia.
Exatamente como acontecia agora.
— Preciso de sua ajuda para uns testes... — comentou Vista sem dirigir-lhe o olhar, ainda examinando alguns papéis e verificando se estava tudo no lugar.
Marco gostava de ajudá-lo como podia, afinal, não tinha outras opções. Caso ele negasse o pedido, acabaria destruído pela ira de um Metagross mal humorado.
— Vista, — Marco o chamou — é que eu... estou meio ocupado. Podemos deixar isso para depois?
 Nonsense. It’ll take just a few seconds…
Marco estava todo arrumado e de cabelo penteado, o que indicava que ele arranjara um encontro com Wiki, e que provavelmente sua companheira se atrasara, como de costume. O Mothim olhou para o relógio, indeciso.
— Por que as mulheres demoram tanto para se trocar? — perguntou Marco.
— Porque elas são mulheres — Vista respondeu, seco.
— Bem que seria legal se um dia elas compreendessem como nós, homens, nos sentimos. Não é nada legal ficar esperando sentado quando se marca um encontro...
— Geralmente são as mulheres que ficam esperando, você é exceção, meu jovem — o ciborgue deu uma risada rara, incrivelmente afetuosa. — Você conhece a Wiki. Existem exceções para todos os casos. Nem todas as mulheres são exageradamente desleixadas e imprevisíveis como ela, da mesma maneira que nem todos os homens são pontuais e carinhosos, como você.
Marco soltou um suspiro, esticando o braço para que Vista colocasse alguns equipamentos nele.
— Não se preocupe, não vai doer nada.
O pequeno balançou a cabeça, ainda meio chateado.
— O que exatamente o senhor está fazendo?
 Science. Agora fique quietinho porque eu vou ligar a máquina, okay?
Vista saiu dali empolgado, sempre ficava daquela maneira quando sentia que algo estava para dar certo. Procurou por alguns cabos grossos próximos à porta até alcançar uma tomada gigantesca responsável por garantir energia para sua mais nova invenção. Vista tinha de utilizar os dois braços para coloca-la no lugar, e ao ser plugada aos dispositivos uma intensa quantidade de energia foi liberada, ativando todos os mecanismos da sala que começaram a ser ligados.
Marco chegou a assustar-se com o barulho, pois sabia muito bem que não podia esperar nada de Vista.
 Don’t worry, you won’t die — disse o Metagross com uma risada. — Esta máquina fará com que a força do usuário dobre de tamanho, revelando um poder secreto conhecido como Hidden Ability. Todos os Pokémons a possuem, e eu estou prestes a descobrir como adquiri-la. Segure-se, o impacto vai ser grande.
No instante em que Vista estava para apertar o botão que ligaria a máquina, uma Wiki exageradamente barulhenta empurrou a porta e surgiu com os braços esticados, toda animada. Ela parecia relativamente feliz, e um pouco acanhada e preocupada.
— Cadê o meu bichinho de pelúcia mais fofo de todos? — ela gritou com alegria.
Wiki vestia um lindo vestidinho com renda, o que era raro para a mulher que raramente saía com roupas delicadas ou femininas, e que não tivessem um decote do tamanho de um Wailord pulando pra fora. Ela caminhava radiante e saltitante, mas, no instante em que deu o primeiro passo, não conseguiu enxergar os fios gigantescos da máquina e acabou por tropeçar na tomada, desligando o gerador.
Vista virou-se furioso ao gritar:
— Look what you’ve done!
Logo, os três perceberam que a máquina não havia parado de funcionar e começava a agir de maneira descontrolada.
 Holy shit. Olha só o que você fez, Andrógena.
— Vista, não é minha culpa se você joga seus brinquedos no chão! — Wiki reclamou, recuperando-se do tombo e ainda tentando levantar-se daquela montoeira de fios soltos.
— E onde foi parar sua educação, que nem bater na porta você se deu ao trabalho? E se eu estivesse trabalhando em um projeto ultra secreto?
— Eu estou na casa de amigos, e eu faço o que eu quiser entre amigos, a menos que você queira me expulsar — gritou Wiki. — Eu não fiz nada de errado, já disse que foi sem querer.
 You destroyed my machine.
— Vista, era só um brinquedo!
— Brinquedo? Eu vou achatar sua cara antes que repita essa palavra na minha frente novamente. Estou trabalhando, fazendo ciência! Ou pelo menos estava.
A máquina continuava a remexer-se freneticamente. Marco apoiou-se na mesinha, tentando fazer os dois amigos pararem a briga.
— W-Wiki, você está bem? — indagou ele, preocupado. — Fiquei te esperando um tempão, pensei que não fosse mais vir...
— Marco, por favor, agora não — ela respondeu, empurrando-o de volta para a mesa sem tirar os olhos de Vista. — Tenho meus motivos para ter me atrasado, então não me culpe, minha vida está uma loucura. Por que vocês, homens, são tão chatos e arrogantes com as coisas de vocês? Às vezes eu queria que entendessem pelo menos uma vez o que nós, mulheres, passamos.
Marco recuou assustado, e na medida que os três brigavam nenhum deles percebera que mesmo fora da tomada a máquina continuava ligada.
O barulho foi aumentando e o motor pareceu acelerar, Vista voltou-se para sua criação, espantado, pois ela começava a esquentar e liberar muita fumaça. Wiki ainda reclamava e falava alto quando se deu conta do que acontecia.
— E por que essa gerigonça faz mais barulho do que eu? Eu estou estressada, muito estressada, então faça esse negócio calar a boca!!
Parafusos começaram a voar para todos os lados e a fumaça liberada já se tornava preta e assustadoramente perigosa. Vista olhou para Marco que continuava em cima da mesa e depois para Wiki, e só teve tempo de pular em direção dos dois e protegê-los com seu corpo antes que uma imensa explosão acontecesse.
Todos os membros da guilda nas redondezas ouviram o barulho e imaginaram o que acontecia na oficina de Vista, mas somente depois teriam conhecimento do que realmente aquilo mudaria em suas vidas. Uma misteriosa energia fora libertada da máquina, algo que nem mesmo Vista poderia explicar até que tomasse conta do que acontecera.
Quando a poeira baixou, ele olhou para os destroços de sua mais recente criação, arruinada, e todo seu laboratório destruído.
— Wow, essa foi quase — disse Mozilla, olhando para si mesmo, um pouco confuso. — Engraçado, eu não lembro de ter mudado de corpo. Será que foi uma reação automática para proteger a Wiki e o Marquinho que são mais frágeis?
 Maybe — ponderou Vista, examinando as cinzas de papéis de alguns de seus projetos. Tudo destruído. — Acho que errei alguns cálculos, coloquei energia demais. A máquina deveria ter parado no instante em que você tropeçou nela.
— Pois é — Mozilla coçou a cabeça um pouco sem graça, retirando a poeira de si —, foi mal pela discussão, parceiro. A Wiki ficou nervosa porque não encontrou uma roupa bacana para sair com o Marco hoje cedo, ficamos três horas procurando no calçadão, e nada. Por isso estava nervosa. Você sabe como é desesperador para uma mulher não encontrar a roupa que procura.
— Oh, yeah — Vista teve de concordar.
— Isso acabou com o ego da Wiki, mas pelo menos no fim das contas encontramos algo bacana — Mozilla explicou com muita calma. — Peço desculpas por isso...
— Não se preocupe, pelo menos está todo mundo inteiro, é mais fácil do que encontrar roupas caso vocês tivessem perdido um braço ou uma perna — respondeu Vista, com toda naturalidade possível. — Ei, Marco. Já chega de testes por hoje, você está livre para ir.
Mas eles puderam uma voz feminina.
— Tudo bem, Vista...
Vista virou-se no mesmo instante. Em cima da mesa jazia uma garota desconhecida, vestida com as mesmas roupas de Marco, mas com o cabelo mais longo e olhos claramente expressivos de menina. Ela tinha seios singelos e as roupas estavam um pouco largas, mas era idêntico ao pequeno Mothim, em uma versão um pouco mais... afeminada.
O Cavaleiro Negro endireitou seu capacete, incrédulo.
— Acho que acabamos de descobrir um raro espécime de Mothim fêmea, algo que nunca antes foi visto...
Mozilla olhou para a garota um pouco assustado.
— M-Minha nossa, como você parece o meu Marco...
— Mas eu sou o Marco — respondeu a garota, um pouco acanhada. — O que houve com vocês? Parece que viram um fantasma.
Vista e Mozilla piscaram ao ouvirem aquilo, até que os dois se ergueram e Mozilla deu um grito ensurdecedor.
— WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOAH!! M-M-Marquinho?!! — gritou ele, apavorado. — O que fizeram com você, meu querido?!!
— Do que vocês estão falando? — a moça perguntou, virando-se para Vista e enxergando seu reflexo na armadura do ciborgue. — E-Ei... Por que eu estou com cabelo longo? Por que meus lábios estão estranhamente mais finos? Por que minhas luvas estão largas, e eu sinto um aperto estranho no peito? Por que eu estou parecendo uma...
— Você virou uma garota — respondeu Vista indo direto ao ponto.



Dream Den (Capítulo 4)

A REUNIÃO
Para os brinquedos seria uma longa e perigosa caminhada até o quarto do lado. Eles moviam-se nas sombras, e nunca sabiam quando os inimigos poderiam acordar ou quando o velho escritor chegaria. A noite continuava fria e silenciosa, e cada passo representava um campo minado que estalava sons e barulhos desagradáveis na madeira do chão.
Sauron tentava acompanhar os passos ligeiros do Mentor que guiava sua pequena comitiva. O assassino era ágil e discreto, suas passadas pareciam mais leves do que pena, enquanto logo atrás o Senhor da Escuridão vinha andando com pés de chumbo. Abbys olhava para trás de minuto em minuto para repreendê-lo.
— Silêncio! Suas partes são feitas de que? Nem parece que foi feito na China! — indagou a mulher de cabelos avermelhados, fazendo um sinal de silêncio com o indicador.
— Dessa maneira não conseguiremos manter a discrição — respondeu Mentor, um pouco incomodado. — Senhores, é melhor adiantarmos o passo e chegarmos logo à nossa base, pois o inimigo continua ativo mesmo durante o anoitecer.
— Hm, pensei que nós fôssemos os inimigos... — comentou Sauron.
— Tudo é uma questão de perspectiva — respondeu o Mentor.

Feliz Aniversário, Aliança Aventuras! (3 Anos)


Já era bem tarde daquela noite, e a mulher tinha a clara impressão de que estava esquecendo de alguma coisa...
Ou talvez não tivesse esquecido. Talvez estivesse com aquilo martelando sua mente a manhã inteira, mas preferiu não ligar a ressaltar suas expectativas e terminar frustrada. Estava exausta. Mudanças não eram nada fáceis, e enfrentar aqueles dias difíceis em sua vida particular tornava sua rotina ainda mais extenuante.
A morena acendeu a luz hesitante, lodo dando uma olhada discreta no vazio sombrio de seu apartamento. Soltou um suspiro desapontado e concluiu o que imaginava. Nenhuma festa, nenhuma surpresa. Uma pena...
Foi até o banheiro, lavou o rosto, tirou a maquiagem e foi tirando peças de roupa que eram deixadas por todo o apartamento. Nem sempre costumava ser desleixada assim, mas quando tinha uns momentos só dela gostava de se liberar. Ela deu uma olhada em si mesma, notando o quão fatigada e estava, e também um pouco mais envelhecida desde que começara aquele trabalho que parecia nunca ter fim.
 Vamos lá, Sinnoh... Falta tão pouco. — A mulher disse para si mesma.
Continuou passando pelos corredores escuros do apartamento repleto de caixotes e documentos espalhados por todo o canto. Além da mudança que seria feita daqui há um tempo, vinha tendo problemas na família e no trabalho, e agora, mais empecilhos. A vida não se cansava de jogar contratempos na vida da mulher. Imaginava se os outros passavam pela mesma coisa.
Sinnoh buscou um remédio para tomar com água, só pra ver se sua dor de cabeça melhorava. Pegou alguns documentos importantes que ela deixara sobre a mesa do escritório indicando o cronograma daquela semana, e folheou-os sem interesse. Todos eles traziam um título bem grande, em nome da empresa como um todo, a Aliança Aventuras.
 Ai, o chefe não me dá sossego mesmo... — ela murmurou bem baixinho, tomando duas pílulas e indo em direção da sala.
Subitamente, ouviu que a televisão estava ligada. Era tarde para receber visitas, principalmente quando ela nem sabia que visita era.
Tirou os saltos e ficou descalça para abafar o som. Quando conseguiu dar uma espiada pelo vão da porta, viu que na televisão passava um jogo de futebol dos times europeus, e parecia que alguém assistia tudo muito entretido.
Sinnoh pegou um livro em cima da estante como sua arma para defesa pessoal e ligou a luz da sala, vendo uma moça virar-se com as sobrancelhas franzidas e uma expressão de poucos amigos.
— Você tá maluca? Perdeu noção do perigo? Me dar um susto desses bem no meio do jogo?! Te esperei a tarde inteira, desgraçada.
— Diga aí, Hoenn — a mulher apoiou-se no encosto da porta, olhando para o jogo na televisão com um olhar tedioso enquanto remexia a água no copo. — Por que está aqui? Eu vi sua mensagem no facebook, mas eu disse que não poderia fazer nada. Eu avisei.
— Ahh, nem vem! Eu te mandei mensagem pelo celular, aí você me ignorou no face, e mesmo que tenha dito que estava ocupada eu sabia que ia sobrar pra mim... — a outra garota levantou-se, mas antes de sair voltou a olhar para a televisão só pra ver se alguém marcara um gol. — Vem comigo.
Hoenn segurou na mão de Sinnoh de volta para o escritório. Ali, ela apontou para um calendário na parede.
— Que dia é hoje? — perguntou Hoenn, com um olhar revoltado.
— Dia 17 de Fevereiro — respondeu Sinnoh, revirando os olhos.
 E o que tem de especial no dia 17 de Fevereiro?
A mulher soltou um longo suspiro desanimado.
— É aniversário... Da Aliança Aventuras... Eu sei disso, eu sei. Acha que não pensei nisso a tarde inteira?
— Sei lá. Você nunca para quieta, o tempo todo está pensando em trabalho... Você é exageradamente workaholic, e isso está te afetando, sabia? Dá um tempo e respira, mulher! Eu fiz isso e já estou respirando novos ares — disse Hoenn, cruzando os braços.
Sinnoh passou a mão em seus cabelos emaranhados, andando de um lado para o outro.
— Eu não sei mais o que fazer, Hoenn! As coisas andam tão difíceis, o chefe está muito ansioso para a temporada final dele, mas não consigo ajudá-lo. Parece que os leitores não se importam mais! Isso deixa todos nós abalados, e não é só com a gente...
— Nem me fale. — Hoenn deu uma risadinha descontraída. — Minha região anda tão deserta quanto a Rota 111. Daqui há pouco vai começar a aparecer uns Trapinchs e uns Cacneas pra morar lá.
Apesar da brincadeira, Sinnoh sentou-se na ponta do sofá com as mãos sobre a cabeça.
 Eu sinto falta dos outros... — disse a mulher. — Sinto falta... Dos velhos tempos.
Hoenn levantou-se e deu uma forte chacoalhada na amiga para despertá-la daquele mar de tristeza.
 Ei, acorda, menina! Nós duas estamos de pé aí desde o começo. Já faz tempo, você nunca foi de viver presa no passado, o que está te perturbando agora?
 Hoenn, acho que estou perdendo as esperanças.
A mulher de verde distanciou-se como se aquelas palavras fossem uma estaca em seu peito.
 Esperança? Você, me falando de esperança?
As duas trocaram olhares, e Sinnoh desviou como alguém que sente a culpa no que acabara de dizer. Hoenn segurou sua mão e falou:
— Credo, tu está péssima. Vem, bora dar uma volta na praça.
— À essa hora da noite?
 Dane-se. Se vier alguém pra cima da gente, a gente enche eles de porrada.

As duas amigas saíram do apartamento e foram para uma praça enorme ali perto, e em uma cidade grande como aquela não era de se surpreender que ainda houvesse pessoas caminhando, levando os Pokémons para fazerem xixi ou simplesmente treinando para a batalha de ginásio na manhã seguinte.
Sinnoh continuava de cabeça baixa, e Hoenn tentava motivá-la.
 Ah, três anos! Quem diria — comentou Hoenn, esticando os braços para o alto. — Como anda a galera? Têm conversado com alguém?
— Não... A mudança em casa tem me deixado louca, nem consegui trabalhar em meus projetos com o chefinho nos últimos tempos. Tenho estado muito distante da Aliança também, acho que falta aquela inspiração que me motivava a tomar conta dela como antigamente.
Hoenn colocou um dos braços em volta do ombro da amiga e começou a rir.
— São só tempos ruins. Outros melhores estão vindo!
Sinnoh tentou demonstrar um sorriso, ajeitando seu blusão azul para proteger-se mais do frio. Hoenn nem vestia muitas roupas, e mesmo sendo tão tarde parecia ter despertado agora. Na realidade, ela parecia nunca se preocupar com nada, e de certa forma Sinnoh adorava aquela filosofia de vida.
— Olha que deixei de assistir meu jogo só pra dar uma volta com você, então trate de refletir sobre nossa conversa — disse com uma risada. — Como anda a Kalos? Ela é um amor com aquele outro garotinho, não? Parece que foram feitos um para o outro!
 É sim, nossa pequena revelação — Sinnoh deu uma risadinha singela.
 É só questão de tempo, você sabe, no futuro esses dois ainda vão brilhar! — disse Hoenn com um sorriso. — Outro dia estive falando com o Oblivia também. Gente, eu só me divirto com esse cara... Ele fala muita bobeira.
 Sério? Nossa, faz tanto tempo que não vejo o Oblivia! Nem o Johto, eles deram uma sumida do trabalho, mas que bom saber que vocês ainda se veem de vez em quando.
Hoenn virou-se para ela e falou contente:
— Não podemos esquecer que ainda temos algumas surpresas para os próximos meses, hein?
— Ah, sim — Sinnoh balançou a cabeça, compreensiva. — Gente nova, novas lideranças em algumas regiões... Estou ansiosa pra começar, vai ser uma experiência muito boa para nossos amigos. A Aliança vai ficar feliz.
— Ouvi dizer que Kanto voltou com um ex-namorado dela... Aquela piriguete com fogo na bunda, espero que sossegue dessa vez! Cada hora a Kanto aparece com um cara novo, vê se pode! — Hoenn falava indignada. — Esse pelo menos é um anjo. Espero que aguente ela...
— A Unova também andava bem tristinha... Ela ainda não se recuperou desde que terminou o último namoro que já vinha durando tanto tempo. Pobrezinha.
— Augh, nem me lembre dessa história — Hoenn já se afastou. — Só posso desejar que esse novo cara que ela arranjou seja gente boa. Aposto que ele será, afinal, fui eu quem apresentei para ela!
Sinnoh soltou uma risada como se insinuasse: Você não muda mesmo, amiga.
Hoenn juntou as mãos como se lembrasse de alguma coisa.
— Mano... E tem o Ransei. Que garotinho fofo, vai super combinar com a nova escritora!
— Tenho certeza que vai, estou muito ansiosa para a inauguração desde o ano passado, e já vi muitos leitores demonstrando interesse na região! Afinal, quem não gosta de um gênero medieval? Lutas e batalhas, romances e rompimentos! Nossa, quando esse Ransei entrar na ativa as coisas vão realmente brilhar.
Logo Hoenn e Sinnoh pararam de andar, vendo que já conversavam há um bom tempo. Ouviu-se um ou dois rojões naquela tarde tão monótona, e Hoenn colocou as mãos na cintura frustrada.
— Opa, meu time deve ter feito gol!
— Você só pensa em futebol? — Sinnoh perguntou com uma risada gentil.
— A gente acaba pegando algumas manias dos nossos parceiros, não é? — A outra respondeu com um cutucão. — E aí? Depois de nossa deliciosa caminhada entre companheiras, e mesmo sendo tão tarde, conseguiu pensar em alguma coisa para nossa querida Aliança Aventuras?
— Não.
— N-NADA...? Nada legal? Nada inovador? Nada... bacana?
— Nada bacana — Sinnoh respondeu com um aceno sincero. — Me desculpe, Hoenn. Eu queria tanto ter preparado um vídeo, feito um desenho, mas não deu. Eu queria que essa data fosse lembrada por todos, mas no fim das contas tudo que consigo fazer é... Não fazer nada.
— Não fazer nada? Como pode ter a audácia de dizer isso na minha frente?! Vou dar um soco no seu pâncreas. Você está aqui, presente, marcando presença e dando seu melhor para manter tudo isso em ordem enquanto pode!
Sinnoh foi caminhando mais na frente conforme Hoenn ficava atrás, perdida em seus pensamentos.
— Você me fez continuar aqui. E me inspirou a seguir em frente quando nem eu encontrei mais forças para seguir.
Sinnoh parou e virou-se lentamente, lançando um olhar esperançoso para a amiga que retribuiu o gesto. Parecia que Sinnoh estava para chorar a qualquer momento, emotiva do jeito que era, principalmente depois de juntar tantos problemas na sua vida e perceber que ainda não era hora desistir.
Hoenn voltou a saltitar em sua direção, colocando o braço em volta de seu ombro.
 Não chora, se não eu vou chorar junto! — disse a garota de verde com uma risada. — Nunca pare de sorrir, tudo bem? Nunca deixe de acreditar em você mesma. Você não precisar bancar uma de Atlas e carregar o mundo nas costas. Saiba que você sempre terá alguém do seu lado para te apoiar. A gente carrega junto, é isso que a Aliança nos ensinou.

Passaram-se mais alguns minutos de caminhada até que Sinnoh e Hoenn voltassem para o apartamento. As duas falavam e riam baixinho por conta do horário, mas ao retirar a chave da porta, a mulher estranhou o movimento contínuo e o som vindo do aposento.
Sinnoh imediatamente voltou-se para a amiga com um olhar desconfiado.
 Você aprontou de novo.
— Qual é, alguém precisava agitar a galera! Eu só tomei a iniciativa, deixei eles fazerem o resto — Hoenn caiu na risada.
Ao entrar no apartamento, Sinnoh deparou-se com sua casa revirada do avesso, mas ali estavam muitos balões em formas dos Pokémons iniciais, docinhos em formato de pokébolas e o mais importante de todos: A presença de todos os seus amigos.
 Por Arceus, como o síndico deixou vocês entrarem?! — indagou Sinnoh estupefata, mas extremamente contente com aquela surpresa inesperada.
 Ih, a gente já é de casa! — respondeu Oblivia com uma risada, indo dar um abraço na amiga. —Já viemos tantas vezes para cá que praticamente moramos aqui. O porteiro é gente boa, manda um bolo pro véio mais tarde.
 E combinamos que esse seria o local perfeito para nossa festa — respondeu Kalos, toda dengosa. — Seu apartamento é mais bonito, mais chique, tem mais visitas... Já que a Hoenn agitou a festa, combinamos que usaríamos seu lugar para dar uma festa para a Aliança. Gostou?
— Ah, por isso você me tirou daqui para fazermos uma caminhada — respondeu Sinnoh, lançando um olhar reprovador para Hoenn que já estava na sala para tentar pegar os minutos finais do jogo.
            — Ei, Sinnoh! Minha fofa, como tem passado?
— Johto...?! Ah, nossa... E-Eu não sabia que você viria, e eu ainda estou tão mal vestida, vocês nem me deram a chance de retocar a maquiagem!
 Ora, e precisa? Está perfeita desse jeito — o rapaz respondeu, fazendo a mulher corar de leve.
— Ahh, pessoal... Como é bom ver todos vocês, unidos. Isso é tão... bacana! Unova, Kanto, Ransei! Juro que eu pensava que não viriam hoje. Ou melhor, nem eu tinha colocado fé que eu estaria aqui.
— Gente, eu arranjei um novo cara! — Kanto estava claramente entusiasmada, mas para o restante aquilo não parecia nenhuma novidade. — E ele é tão diferente de mim. Já arranjei tanto cara que agora tenho minhas dúvidas se esse relacionamento vai durar, mas... Estamos confiantes!
— Oi, Sinnoh... É muito bom revê-la, só desculpe por estar tão desolada, tenho ficado muito tempo em casa, sozinha... Foi até bom sair um pouco, acho que é o primeiro sorriso que dou em muito tempo — disse Unova.
Muito da festa já estava feito, e logo todos os demais membros da comitiva foram chegando. Trouxeram ainda mais doces, muita comida, e Kalos encomendara até mesmo um bolo especial só para aquela ocasião.
Kanto estava lá para agitar e contar os babados de seus relacionamentos fajutos para os amigos; quando Johto chegou ele conseguiu arrancar alguns suspiros de Sinnoh que se derretia pela beleza incondicional do colega de trabalho. Unova estava bem cabisbaixa, mas ia sendo consolada pelos demais que tinham esperanças no novo cara que ela arranjara. Somente as Ilhas Laranja disseram que não poderiam aparecer, as duas estavam meio doentes nos últimos tempos. Até mesmo Ransei apareceu na festa, e embora a maioria ainda não o conhecesse ele foi recebido de braços abertos.
Quando o telefone tocou, Sinnoh foi logo atender.
— Boa noite, senhorita Sinnoh, já passa das dez horas, não se esqueça da lei do silêncio... — disse o porteiro com a voz grossa, enquanto a moça olhava para os colegas e apontava o indicador pedindo para que diminuíssem o barulho.
— Pode deixar... Vamos ficar quietinhas. Depois levamos um bolo para o senhor.
— Oh, seria muito bom, minha querida... — o velho porteiro da noite falou com a voz cansada, mas muito contente. — Não quero ser chato, mas você sabe como é o síndico de nosso prédio... Ele arranja motivos para reclamar, e eu detestaria que você fosse alvo dele.
 Hah, hah. Não se preocupe, acho que ele não terá que me aguentar por mais muito tempo... Não continuarei nesse apartamento, estarei de mudança assim que terminar as últimas etapas de minha história, mas até lá pode ter certeza que vou levar muuuuuito xingo daquele velho chato!
O porteiro deu uma risada abafada, esperou um pouco e pareceu acionar um botão na portaria.
— Ah, e por sinal, alguém chegou.
— Chegou?! — Sinnoh indagou, extremamente animada. — Manda subir, manda subir! Ela é a aniversariante, mas não conte que estamos aqui. Pode até ser que ela já saiba, mas mantenha o suspense!!
Assim que Sinnoh desligou o telefone, ela correu para os demais convidados e fez um sinal que confirmava: Ela estava chegando.
Todos se posicionaram e desligaram as luzes. Estavam ansiosos.
Afinal, por que estavam ali reunidos em uma noite tão pacata de uma segunda feira insignificante? Na manhã seguinte alguns teriam trabalho logo cedo, aquela aula insuportável na escola, todos teriam de voltar para suas vidas, estudar, lidar com os chefes irritantes, resolver seus próprios problemas no relacionamento...
Será que realmente havia motivos para toda aquela comemoração?
Oh, claro que havia. Não tinha problema algum perder mais algumas horinhas de sono ou descanso somente para preparar algo realmente bom, algo que fizesse a diferença, que melhorasse o dia de alguém, nem que fosse uma única pessoa.
Todas as regiões ali presentes podiam estar enfrentando desafios em suas vidas pessoais, e por mais que o dia tivesse sido bem nublado, eles fariam o possível para que a noite fosse estrelada para todos que decidissem olhar o céu.
Ouviu-se o som da campainha, e quando Sinnoh abriu a porta Kalos estendeu o bolo para frente e todos os demais deram um berro ensurdecedor em uníssono:

Feliz aniversário, Aliança Aventuras!!

Não demorou muito para que o síndico ligasse e pedisse para que abaixassem o volume da música e da televisão.

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